domingo, 22 de dezembro de 2013

15 dias pros 20 anos


Passamos nove meses (às vezes menos) na barriga da nossa mãe e não temos a mínima ideia de tudo o que nos espera aqui fora. Mal sabemos que vamos conhecer pessoas maravilhosas que irão nos ajudar a dar aos primeiros passos, a sobreviver e conhecer esse mundo que não entendemos. Mais um pouco crescidos, passamos a querer descobrir isso tudo com um pouco mais de liberdade até conseguir realmente desbravá-lo realmente por conta própria.

Cresci sem internet e sem celular.  De companhia só tinha os livros, revistas e as várias barbies e suas mobílias espalhadas pelo chão. Fico feliz por ter conseguido pegar a época de brincar de elástico, pular corda e amarelinha,  rolar no chão, brincar de guerrinha de mamona e voltar para casa com o cabelo cheio delas. Peguei a época de brincar de pique pega e todas as suas variações, inclusive o pique esconde – o mais querido de todos. Além de esperar a noite para contar histórias de terror e ficar morrendo de medo na hora de dormir.

Eu cresci. Ganhei computador, ganhei celular, chegaram mais livros e revistas. As barbies e suas mobílias foram trocadas por redes sociais. Elástico, só o de prender cabelo. Corda, só a de estender a roupa. Desenhar ficou para trás e amarelinha só a cor das roupas e atualmente da parede do meu quarto. Agora, ao invés de rolar no chão brincando, eu rolo por causa das cólicas menstruais. E ao invés de tacar mamonas no cabelo, eu taco é bastante creme para domar a juba. O pique continua, mas com outro significado. Pegar, só resfriado e esconder é o que a minha faz quando arruma alguma coisa minha. Sobre as histórias de terror, não preciso mais delas. Já tem tanta coisa ruim no mundo que nem é necessário inventar.

Cresci. Passei a achar a natureza bonita, ao contrário do que eu achava quando era pequena – tudo mato. Os apelidos, complexos e traumas deixei para trás. Não ligo que sou magra, magrela, esquelética, anoréxica, e todas as outras coisas. Não sou mais dentuça e nem pareço o coelho da páscoa ( depois de milhões de anos de aparelho) , acho meu sorriso lindo. Convivi com pessoas de diversas classes sociais, diversas religiões, diversos pensamentos e diversos modos de vida. Escolhi o meu. To tentando aprender a discutir política, talvez saiba um pouco de filosofia e da vida to sempre aprendendo um pouco mais.

Amei. Meus pais, meus amigos, conhecidos, namorados, amores inventados. Livros, palavras, dias, lugares, músicas e lembranças. Amei pouco, muito, rápido, para sempre. Amei sem querer, sem saber, sem porquê. Amei amar e amo o amor porque ele é simplesmente indescritível.

Fiz um monte de amigos. Errei tanto. Dei valor a quem não merecia e não valorizei quem deveria valorizar. Desperdicei oportunidades, dias, momentos e pessoas. Nunca tive coragem para cortar muito o cabelo. Passei a amar comprar roupas. To tentando diminuir as manias estranhas que tenho.

Passei a não dar ouvido para quem acha que inteligente é quem cursa exatas ou quem fala difícil e escreve qualquer coisa como se tivesse escrevendo um artigo científico. Não fiz direito por causa do dinheiro e fui para comunicação por causa da vontade. O mais importante de tudo isso é que mudei minha maneira de pensar e de ver a vida.

Tenho só 19 anos, em exatamente quinze dias terei 20. Já aprendi tanta coisa e olha só, não para de surgir coisas novas para aprender. A vida parece passar cada vez mais rápido e chegar as 20 me assusta um pouco – na verdade muito. Daqui a 15 dias vou ter vivido 7300 dias. Vou ter tido 7300 oportunidades para ser feliz. 7300 dias para fazer alguém feliz. 7300 histórias para contar.

Um ano é muita coisa para quem reprova um ano. Um mês é muita coisa para quem está esperando. Uma semana é muita coisa para quem quer uma folga. Um dia é muita coisa para quem sente fome. Uma hora é muita coisa para quem tá sentindo dor. Em um minuto você pode conhecer alguém que vai permanecer na sua vida para sempre. Em um segundo a sua vida pode mudar completamente.

Todo ano eu tenho 12 meses, 52 semanas, 365 dias, 8760 horas, 525600 minutos e 31536000 segundos para escrever minha vida do jeito que eu quiser.

Todos os dias tenho 24 horas para escrever minha história. Quando lembro que a vida passa e que nada volta mesmo eu querendo com todas as forças, tenho fazer mais um dia inesquecível. Porque entre tantos dias felizes e outros nem tanto assim, o tempo vai passando e a gente nem percebe.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O que aprendi com meus relacionamentos

Aprendi que é mentira quando dizem que "só se ama uma vez", a diferença é que você ama cada pessoa de maneira diferente.
Aprendi que cada relacionamento é único e vai ser sempre diferente dos outros que você já teve.
Aprendi que o importante é se entregar, sem pensar no amanhã. Ele chega de qualquer forma, você esperando ou não.
Aprendi que orgulho não leva a nada.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

2013


2013 foi o ano mais especial e tive tanta coisa para viver. Um flashback passa na minha mente de todos os grandes momentos vividos. Toda a agitação, animação, alegria. Felicidade. Uma infinidade de sentimentos misturados. Um sorriso de canto de boca constante. Olhar pro nada, pensar em tudo. Realização. Sonhos, objetivos e conquistas. Tanta coisa em tão pouco tempo. Tantas memórias e lembranças.

Eu aprendi o que é felicidade. Não importa como ou quem você é, ela está dentro de você. Você pode senti-la do jeito que quiser ou até vê-la de uma forma diferente da minha.  Eu a encontrei de tantas maneiras, em tantos lugares, em horas tão inusitadas, sozinha ou acompanhada. O que importa é que aprendi a ser feliz – e isso se aprende?

Esse ano fiquei mais crítica e passei a questionar tudo a minha volta. Cansei de me calar e só observar tudo o que acontece. Resolvi tomar atitudes e assumir os riscos. O melhor: não me arrependi de nada do que fiz. E se eu pudesse faria tudo de novo.

Eu não sei como vai ser daqui pra frente. Mas, se for parecido com esse ano que tá acabando vou ficar muito satisfeita. Tem gente que diz que a nossa vida é a gente que faz. Se for assim mesmo, vou fazer de tudo para fazer uma vida como ela foi para mim esse ano: cheia de conquistas, amor, pessoas e alegria.

Aprendi que quando você termina uma etapa, logo outra nova começa com outras tantas novas surpresas e novidades. Há sempre algo para aprender, alguém para conhecer, um novo objetivo para conquistar, um novo sonho para sonhar, um novo amor para amar.


E por último, mas não menos importante. O principal que aprendi esse ano é que que não importa o que pensam e o que falem, o que importa mesmo é o que você sente, quem você é e do que é capaz. De verdade. Nunca é tarde para sonhar, e é claro, realizar. 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Não é saudade de você

Não é saudade de você.
É saudade da sua falta de roupa, de arranhar suas costas e dos seus sussurros no meu ouvido.
Não é saudade de você.
É saudade do seu corpo, do seu sorriso e de tudo o que fazíamos quando estávamos juntos.
Não é saudade de você.
É saudade do jeito que você me arrepiava tão facilmente, da sua barba por fazer, do seu peito tão aconchegante.
Não é saudade de você, é saudade do que já passou e não volta mais.
Não é saudade de você, é saudade daquele sentimento de quase amor que me preenchia por inteiro.
Não é saudade de você, são apenas lembranças.
Eu juro, não é saudade de você.
É saudade de te ver passar, de te escutar, de te beijar. É saudade da sua chatice, das mesmas histórias de sempre, das conversas sinceras, daquele gostar tão inocente. É saudade de te ver sorrindo por ai, sorrindo para mim.
Não, já disse que não é saudade de você. Se fosse isso eu iria admitir sem nenhuma dificuldade. Não é saudade de você, pois sei que já não é mais aquele cara que me encantou, mesmo que não tenha mudado tanto desde então. Sinto saudade daqueles momentos vividos em tão pouco tempo.
Só é saudade de sentir aquilo que você me fez sentir e que ninguém mais conseguiu fazer desde então. Ninguém provocou sentimento, não teve um beijo melhor, outras costas arranhadas ou frases ditas no ouvido.
Sinto falta até da nossa amizade e de toda aquela vontade que me leva novamente a toda aquela saudade.
Não é saudade de você.
É saudade dos seus olhos castanho-claros, dos seus lábios que se encaixaram tão bem nos meus.
É saudade de quem você foi e não é mais.
É saudade do que mudou, passou e não volta mais.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Faço o que?




Meu bem,

Eu venho tentando evitar pensar em nós. Mas é quase impossível não lembrar daquele final de semana em que passamos tanto tempo juntos que nem deu tempo de sentir saudade. Impossível não lembrar de como eu fiquei dolorida após andar de bicicleta já que eu não andava em uma desde da minha infância e de como você olhava  preocupado para trás para ver se eu ainda estava viva ou se havia matado alguém. Tentando evitar lembrar, acabei lembrando de nós dois na praia e de como eu morri de vergonha de ficar de biquíni na sua frente. Eu me lembrei também de que um pouco mais tarde já não havia mais vergonha alguma em deixar você ver aquilo que deveria ser visto. E deixar sentir aquilo que deveria ser sentido. Foram 20 dias. Mais alguns meses de enrolação. E outros vários meses de lembranças e olha só, daqui a pouco já faz quase um ano.

Eu não te quero de volta. Eu já nem sei se ainda quero te ver. É. Tudo bem. Você já seguiu sua vida, já beijou outras bocas, já deve ter sentido outros corpos, talvez até já arranjado uma pessoa melhor e mais interessante. E eu? Estou aqui lembrando de você em cada esquina, em cada olhar. Comparando você a qualquer pessoa que encontro e olha só, ninguém é igual ou parecido e muito menos, melhor.

Mas, tá. Um dia eu paro de lembrar de você por qualquer motivo. Quem sabe eu pare de lembrar de você ao ver coisas simples e banais como minhas roupas jogadas no chão. Ao passar naquele bar que você sempre estava. Ao ouvir aquela música que você adora, e eu também. Ao voltar de qualquer festa e não dormir na sua casa. Ao dormir e não ter você para abraçar. Ou te ver e não poder fazer mais nada, além de acenar.

Faço o que, se eu não paro de lembrar?

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Olhar


Você me olhou profundamente e o jeito que me olhou me fez pensar em você pelo resto do dia. Aquele olhar me confundiu na hora, mas depois me deixou feliz. Depois de tudo o que aconteceu, não dá para o fim da história ser triste. Depois de tudo o que vivemos, não dá para simplesmente cada um ir para o seu canto como se nada tivesse acontecido.
O seu olhar era o seu maior detalhe. E foi justamente nos detalhes que você me ganhou e vai ser nesses mesmos detalhes que seremos ligados pra sempre. Foi no modo como você limpava a casa quando eu ia te visitar e como você ficava lindo de avental. Foi no jeito que nós dormimos de conchinha, e juro, foi muito melhor do que dormir com ursos e travesseiros. Você me ganhou quando me buscou de táxi às 5h da manhã depois de eu ir para uma festa e você para outra e quando não me deixou dormir em paz nem por uma hora. Você me ganhou ao me fazer confiar em você de olhos fechados e contar os meus problemas para alguém que eu havia conhecido há tão pouco tempo.
Eu gostei de você porque pude ser quem eu era de verdade ao seu lado. Gostei de você porque encontrei em você um pouco de mim. Fui feliz ao seu lado porque nada mais importava quando eu estava contigo, nem notas baixas, nem dinheiro, nem horário. Afinal, nós tínhamos pouco tempo juntos e parece que sabíamos disso desde o começo. Um final de semana valeu por um namoro, dias valeram por meses, alguns meses garantiram experiência pra vida toda.
Eu gostava da sua casa. Da sua cama. Da sua falta de roupa, do seu suor, do nosso cheiro misturado que ficava depois. Gostava das nossas conversas calmas após tanta agitação e de como deitava ao meu lado e me abraçava de um jeito que me fazia pensar que aquilo iria durar pra sempre. Eu amava te dar um beijo de bom dia e de como nós enrolávamos horas na cama antes de realmente levantar.
Eu amei tudo o que nós fomos, o que poderíamos ter sido e o que deixamos de ser. Eu amei tudo o que vivemos e sofri muito imaginando tudo o que poderíamos ter vivido, juntos. Eu queria muito mais. Mas, se em tão pouco tempo você marcou demais, nem quero imaginar como poderia ter sido se fosse de outro jeito. Tive que aceitar o que aconteceu, mesmo não querendo.
Não tivemos despedida. Eu nunca soube exatamente a hora que você iria de vez. Eu nunca me preparei para um último encontro, uma última noite, um último beijo. Não tivemos ao menos um ponto final. Não terminamos, não conversamos, não nos encontramos, nem tocamos no assunto. Não houve um abraço. Só houve um olhar.

Um olhar que resumiu tudo o que nós vivemos. As conversas, os encontros, os beijos, as noites. Tudo. Dentro daquele olhar penetrante e cheio de sentimento - acompanhado por um sorriso tímido – eu vi o nosso início, meio e fim. Aquele olhar tinha sentimento. Carinho, admiração, amor, sei lá o que. Só sei que era bom. Eu achei no seu olhar o que eu precisava pra seguir em frente, em paz. Naquele olhar você entregou seu coração e eu, mesmo sem entender, pude notar. Enquanto você me olhava, eu te guardava onde ninguém mais vai tirar: na memória e no olhar. 

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Tá tudo tão sei lá

Não sei tanto assim sobre ele, pois ele é tão misterioso a ponto de sempre parecer estar escondendo algo. Já eu, que sempre fui de falar demais, eximia o coitado da culpa de nunca falar nada tão pessoal.
Ele é bonito, tem um corpo atlético e quem o vê além da aparência pode notar que há algo interessante nele. Por trás de sua baixa estatura, acredito que há um grande homem lutando pra surgir enquanto o seu eu-menino insiste em ficar. Por trás do seu abdômen sarado, há um cara que tem muito mais a oferecer do que apenas uma noite de prazer. Por trás daquele rostinho de criança, há um cara com problemas e sonhos como qualquer adulto. Problemas e sonhos que ele esconde, apenas pra si, por não confiar em ninguém a ponto de compartilhar.  
Ele tem um estilo surfista e meio desleixado como se fosse um eterno adolescente. Em meio a tantas qualidades, me assusta que elas estejam escondidas a ponto de não serem enxergadas por ninguém. Talvez, nem por ele mesmo.
Ele curte rap, hip hop e até aquela eletrônica que a batida é mais rápida que o coração. Gosta de encontrar nas músicas a realidade. Em um não tão distante passado, ele fazia questão de me mostrar suas novas descobertas musicais e dividir o fone de ouvido entre as aulas chatas do ensino médio. Aquele sorriso esteve na minha cabeça por muito tempo. Os caminhos tortos por onde ele andou, sempre me preocuparam. Ele é assim, vive de um jeito meio louco como se não houvesse amanhã ou contas pra pagar.
Sei lá. Eu já havia deixado isso lá atrás, esquecido, terminado, ignorado como todos os outros casos mal resolvidos que acumulo na vida. Mas, dessa vez, ao invés de me aparecer uma nova pessoa trazendo consigo todo o perigo de uma nova aventura, ele apareceu. Um antigo conhecido do meu coração. Por isso tudo é tão sei lá.
O motivo de estar tudo tão sei lá? Porque após anos ignorando e deixando pra lá, resolvi admitir que quando o vejo ainda fico balançada. Não é amor, não é paixão, é apenas algo estranho que ronda entre a gente. Algo que todos em volta já haviam percebido há muito tempo e nós, por engano ou ignorância, nunca aceitamos ser verdade.

Não dá pra viver nessa de amigos quase amantes. Não dá pra o encontrar e ficar na dúvida de cada movimento que ele vai realizar. Não dá pra o encontrar e o imaginar chegando perto e me beijando sem me perguntar. Tá tudo tão sei lá. E se tá tudo tão sei lá, esse sei lá só vai passar quando a gente enfim ver o que isso tudo pode dar. 

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Eu só queria você

Desde quando te vi não parei de pensar em você. Olha, eu não preciso de você e levo muito bem a vida sem você ao meu lado. Só que tudo fica mais chato, triste e sem graça. Eu não preciso de você, mas te queria tanto. Eu te queria nem que fosse só pra conversar e dividir uma cerveja ou um lanche num bar qualquer. Não importa, eu só queria você. De qualquer jeito.
Eu te queria assim do jeito que você é. Repetitivo, chato, hiperativo e falando que precisa emagrecer. Eu queria nós assim como éramos. Felizes, andando de mãos dadas por ai ou na sua cama de solteiro. Eu queria. Quis tanto que você me chamasse pra conversar e resolvesse tocar no assunto ou que simplesmente me beijasse. Mas, você nem se aproximou. Não me deu mais nenhum beijo, nem um abraço, nem sequer se aproximou de mim. Já aceitei que você não vai voltar e nem vai cumprir aquela promessa - “eu não vou desistir de você tão fácil”. Todas as suas palavras ainda ecoam na minha mente. Todos aquelas dias ainda são constantes nas minhas lembranças. Todo aquele sentimento ainda está aqui dentro. Tudo aqui. Mas, você não está.
Hoje, eu decidi que não quero mais você. Mas quando lembro do seu sorriso e da maneira que você olhou pra mim da última vez que nossos olhares se encontraram, quase desisto da ideia. Nessas horas, sinto um desejo enorme de te perguntar porque me olha e sorri desse jeito se eu já não significo nada pra você. Você nem liga mais pra mim. Como conseguiu me esquecer tão fácil? Ou será que nunca gostou? E se nunca gostou, como fingiu tão bem? E se gostou, por que desistiu de mim? Me diz, a culpa foi minha? Me diz, qual foi o motivo real? São tantas as perguntas. Foi assim que ficou minha cabeça quando naquela quarta-feira o seu olhar tão profundo parecia querer me dizer alguma coisa. Aquela imagem se fixou na minha cabeça assim como você se fixou no meu coração.
Já desisti de te esquecer. Não dá pra te apagar da memória. Só vou tentar deixar essa história como está e aceitar esse ponto final. Daqui a menos de um mês, as férias chegam e eu não irei esbarrar com você por ai tão cedo. A sua ausência vai me sufocar, mas uma hora vai deixar de fazer falta. Vai virar só saudade. Eu vou sempre lembrar de você. Do que a gente viveu e de tudo o que escrevi pensando em você. Daquele filme que vimos e daquele que não conseguimos ver. Das conversas que tranquilizaram e as que me fizeram perder noites ao lembrar.  
E eu sei também que uma hora ou outra você vai lembrar de mim e ver que sente minha falta também. Quem sabe, você lembre um pouco de mim quando estiver com essa menina que passou de mãos dadas com você ao meu lado. Quando voltar da sua cidade e a rotina começar. Quando à tarde sentar naquele bar e não me ver passar. Quando terminar a faculdade e lembrar das aventuras, eu sei que vou estar lá. Talvez um dia ao deitar, você se lembre de tudo o que fazíamos na sua cama e de como era bom me ter lá.

Eu não preciso de você, mas eu só queria te amar. Eu só queria você, o seu sorriso e o seu olhar.

domingo, 24 de novembro de 2013

Chega de ser igual

Chega de problema. Cansei de pessoas grudentas demais, desapegadas demais ou que não sabem amar. Chega de aperto. Cansei de casas pequenas ou de corações que tem pouco espaço pra me dar. Chega de não. Cansei de não amar, de não dizer, de não sentir. Chega de falta. Cansei de falta de sentimento, de pensamento e de palavras. 

Chega de discursos vazios de amor e pensamentos cheios de ódio. Cansei de pessoas egoístas e que só enxergam seu próprio umbigo. Chega de ficar calada ao ouvir besteira ou de fingir não ouvir pra evitar discussão. Cansei de engolir minhas ideias e de sufocar minhas opiniões. Eu quero é falar.

Chega de não ver. Cansei de não ver defeitos, não ver coisa boa, não ver a realidade. Chega de continuar. Cansei de continuar coisas que já acabaram, relacionamentos falidos, sentimentos passados. Chega de mais coisa ruim do que coisa boa. Chega de aceitar tudo passivamente. Eu quero é levar a vida do meu jeito.

Chega de tudo o que não tem que ser. Cansei mesmo. Mesmo que o que não tem que ser seja tudo o que eu queria. Mesmo que o que eu queria seja tudo o que sempre quis. Cansei.

Chega de mentira. Chega de ilusão e desilusão. Cansei de dar meu coração a quem só me dá a mão.

Chega de confusão. Cansei de desentendimento, mal entendido e culpa. Chega de perder tempo. Eu quero é maturidade, sinceridade e felicidade. Assim, os três de uma vez sem talvez. Sem dúvida, incerteza ou hesitação. Eu quero saber o que fazer, o que falar e o que pensar. Eu quero é poder somar algo de bom, subtrair coisas ruins, dividir problemas e multiplicar felicidade.

Eu quero exclamação, cansei de interrogação. Sem mais ponto final. Chega de ser igual!

domingo, 17 de novembro de 2013

Com quantos pobres se faz um rico?

Toda semana há um novo assunto em pauta na internet. Essa semana o assunto foi sobre um cara chamado Alexander Almeida. O tal cara fez parte de uma reportagem da Veja na qual ele fala os 10 mandamentos do rei do camarote. Todo mundo se assustou com a maneira pela qual a situação é tratada. Todo mundo criticou o cara pelo seu estilo de vida. Realmente, o cara foi um ridículo e essa reportagem totalmente sem noção. Mas, que levantou um tema relevante. 
Nasci no Rio de Janeiro, mas botei meus pés no Leblon pela primeira vez só em 2009. Saí de lá com uma sensação estranha dentro do peito. Uma sensação de não pertencer a aquele lugar. Tudo era diferente: os semáforos, os bancos, os orelhões, os pontos de ônibus, as praças. Aquele bairro parecia um lugar a parte do Rio que eu conhecia. Nunca mais senti vontade de voltar lá. 
Fiquei por anos pensando naquilo. O que aquele Leblon que eu vi tinha de semelhante com o Catumbi que eu morava? Quase nada. Havia uma grande diferença entre as casas, os carros, as ruas, as pessoas. Senti-me um pouco marginal. À margem da sociedade. Que lugar era aquele? Em que mundo eu vivia? Em um mundo em que existe uma discrepância gigante entre o rico e o pobre e que só não vê quem não quer. 
Eu vejo essa desigualdade todo dia. Vejo quando saio da minha casa na favela e vou pra minha faculdade na zona sul. Vejo quando vi a vida que levei, que nem foi lá tão difícil quanto outras e a vida que vejo muitas pessoas levando. Vejo quando faço parte da minoria do lugar onde eu moro que está no ensino superior. Vejo quando eu faço parte da minoria de onde eu moro que ainda não teve um filho aos 19 anos. Vejo quando preciso do auxílio que o governo me dá para frequentar a faculdade. Vejo essa desigualdade no salário da minha mãe. 
O que isso tem a ver com o rei do camarote? Existe uma infinidade de pessoas como ele espalhadas pelo mundo. Em suas casas luxuosas, em seus carros que custam uma casa, em suas roupas que tem o mesmo valor da compra de mês de muitas famílias pobres. Com certeza, existe um monte de pessoas dessas no Leblon. Na Barra da Tijuca. Até na própria Tijuca. Nos bairros ricos de São Paulo que eu não faço a mínima ideia de qual sejam os nomes. 
Para uma jovem usar um short de 500 reais, quantas outras estão usando roupas doadas por alguém? Para um cara ter uma Ferrari de milhões quantos outros tem que pegar o ônibus lotado? Enquanto aquele cara tá indo pra balada de segurança, quantas pessoas estão morando desprotegidas nas favelas? Enquanto aquele cara tá torrando dinheiro no camarote da boate até o infinito, quantas outras estão trabalhando de segunda a segunda para apenas se alimentar? 

Com quantos pobres se faz um rico?

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Eu e você



Passaram-se nove anos. Agora, estou aqui. Sentada ao seu lado vendo o sol se pôr no Arpoador. Lembrando da única e inesquecível vez que fizemos isso no meio das ondas do mar. Mar e céu sempre me deixaram pensativa. Esse lugar sempre me trouxe lembranças que há muito tempo queria ter esquecido. Lembranças que são boas, mas que trazem à tona um passado que parece não ter fim. Mesmo depois de tudo ter acabado. Pra mim nunca acabou. Eu pensei, repensei. Ouvi milhares de músicas de amor e casos iguais ao nosso e quando não era igual eu arranjava um jeito de fazer parecer. Escrevi incontáveis textos, contos e histórias em que você era o personagem. Quando não era você, eu desejava que fosse. Até que eu cansei de pensar, de ouvir, de escrever. Só não me cansei de você. Deixei-te lá guardado e agora estou aqui vendo seu rosto outra vez.
Passaram-se nove anos. Eu não aguentei.
Se eu te falar que eu preferiria não te encontrar nunca mais, você acreditaria? Não queria ver como você está agora. Tinha guardado o seu rosto tão jovem e te imaginava como parte de um passado que não volta mais. Porém agora, meus dedos tocam seu rosto, sua barba com dois ou três fios brancos e seus cabelos tão bem cortados. O sorriso é o mesmo. O olhar também. Não há quase ninguém por aqui. O beijo mais longo e emocionante de nossas vidas resumiu toda a agonia que preenchia aquele lugar. Toda culpa era pequena comparada a felicidade que aquele momento trouxe.
Todo mundo já sentiu vontade de parar o tempo. Vontade de voltar no tempo. Vontade de sentir de novo. Vontade de viver de novo. Multiplique essa vontade por 100 e eleve a décima potência. Era o que eu sentia naquela hora. Eu sabia que aquilo não duraria muito tempo. Havia uma vida após isso. Uma vida difícil depois disso.
Foi o dia mais rápido e longo da minha vida. O mais angustiante e reconfortante. O mais triste e feliz.
O último adeus doeu mais. Em todos os outros, eu tinha a esperança de que você poderia voltar. Você tinha a mesma esperança. Quando você foi embora deixou uma sensação de história inacabada e essas reticências me fizeram pensar em você por todos esses anos. Parece que nós nos encontramos, sem querer, para dar um ponto final a essa história. Seu amor eu não pude sentir, sua boca eu não pude beijar, nos seus braços eu não pude dormir, ao seu lado eu não pude acordar. Eu só pude me despedir, te evitar, te ver ir e mesmo assim te amar. Eu te amei de lá até agora. Eu vou te amar de agora até lá.
Passaram-se nove anos. Agora, estou aqui. Deitada ao seu lado na areia da praia olhando a lua e as estrelas. Venta forte, mas o seu abraço não me deixa sentir frio. O vento me lembra que o tempo vai com ele. A escuridão já me impede de separar o mar do horizonte. Falta pouco para o dia terminar e levar você. Falta pouco pra você partir e levar contigo meu coração. Talvez nunca mais iremos nos ver. Não dá tempo de se arrepender. Os seus olhos me dizem que essa é a melhor coisa a se fazer. Eles me olham profundamente e estão atentos a todos os meus movimentos e emoções. Senti depois de tanto tempo aquela sensação indescritível em cada parte do meu corpo. Era praticamente impossível pensar em outra coisa a não ser em você e no que você estava me fazendo sentir.
Nada mais importa. Não tinha como parar. Eu percebi que seria impossível te encontrar e tudo não voltar. Não tinha como dizer que eu me arrependi. Não tinha como dizer que não faria isso novamente. Foi um erro. Meu e seu. O pior, o mais condenável, o que não poderia ser confessado. Mas, o melhor, o que foi imaginado e tinha que ser realizado. As roupas jogadas na areia. Um banho gelado no mar. Aquilo parecia mais um sonho do que realidade. Mas, tudo era real e nós tínhamos que encarar. 
Foi difícil dormir por quase um mês. Eu vivia com olheiras, com o olhar distante e um sorriso enigmático no canto da boca. Fiquei mais agitada que o normal e evitava ficar só, porque ficar só era lembrar tudo. Sei que vou ficar o resto da vida prisioneira desse segredo. Sei que vou guardar pra sempre todos os detalhes daquele dia e toda a nossa história de antes. É uma pena que algo tão intenso tenha acabado assim. Eu aqui, você sabe se lá onde. A nossa história jogada no lixo do meu escritório em papeis milimetricamente picados. Ninguém pode saber, só eu e você.

domingo, 3 de novembro de 2013

Nega

Quanto tempo, nega. Tanta coisa mudou, ou melhor quase tudo. Seu estilo de vida, minhas roupas e nossos corpos. O rosto, talvez só um pouco mais maduro. Eu to morando lá na minha cidade natal. Antes eu aproveitava qualquer feriado para ir para lá, agora sempre que posso volto para aqui. Nunca mais voltei naquela casa que eu morava nos tempos da faculdade, muito menos naquele quarto onde passamos aquelas noites. Mas, eu lembro muito bem de onde ficava cada coisa. Minha cama bem ao lado da janela, os lençóis jogados atrás da cama, nossas roupas no chão e a música tocando para abafar os sons que só a gente podia ouvir. Sempre que venho vou tomar um chopp com os meus amigos, aqueles que apareciam na sala e te matavam de vergonha ao ter que passar por eles ao sair do quarto, os mesmos que você sempre encontrava pelo campus quando queria me ver. Quando a gente relembra as histórias antigas, eles sempre me perguntam se eu ainda te vejo e acabam me lembrando de você. Não que eu tenha te esquecido, mas sabendo que estou tão perto as lembranças ficam bem pior.

Falando em lembranças, eu sinto tanta saudade nega. Eu nem sei ao certo quanto tempo faz que nós não nos vemos. Lembro que quando disse que iria de vez, você deixou cair uma lágrima apressada e quando eu percebi você deixou todo o resto sair. Eu disse que nós nos encontraríamos por aqui ou quem sabe por lá. Falei também que você poderia me visitar se quisesse, e você como sempre me disse que não gostava de São Paulo. Já eu, era dividido entre meu estado e o Rio. Mas, voltei pra lá. Foi definitivo. No fundo, eu sempre soube, e você também, que era lá o meu lugar e que eu voltaria pra lá assim que pudesse. Ou seja, assim que terminasse a faculdade. Esse foi um dos motivos pelo qual eu resolvi me afastar de você. Eu só fui te explicar depois, você pensou que eu não gostava de você e talvez não entenda muito bem até hoje. Você disse que queria que eu fosse sempre sincero. Minha linda, a gente nunca pode falar tudo o que se passa dentro da gente. Era melhor daquele jeito, deixar pra lá o que poderia ser e encarar o que era necessário ser. Voltar com a amizade que quase se perdeu. Não foi tão fácil assim pra mim. Olhar pra você e saber que tudo aquilo que nós tivemos não teríamos nunca mais. Acredito que pra você também foi difícil. Eu via seu olhar preocupado sempre que me via com alguém do lado.

Eu ainda tenho aquela cartinha que você me mandou. No outro dia ao procurar um trabalho em um pendrive, encontrei ela no meio de algumas fotos de 2013. O que você escreveu só me fez ter certeza do que eu já desconfiava, você estava gostando mesmo de mim e talvez até mais do que eu imaginava. Você disse que me amou em vinte dias. Mal a gente sabia que aqueles vinte dias seriam lembranças para os próximos vinte, trinta, ou quarenta anos. Cinquenta ou sessenta, se vivermos muito e se a memória não falhar. Foram justamente essas memórias que me impediram de te procurar durante esses quase nove anos. Aquele contato que prometemos manter, perdemos ao chegar no terceiro ano distantes um do outro. Você, resolveu desaparecer ao ficar noiva de algum cara que eu nunca vi na vida. Eu, também com compromisso, entendi seu lado e nem fiz questão de ter alguma maneira de te achar. Aquela amizade que nasceu na sua primeira semana de faculdade acabava com um adeus na webcam em uma quinta feira de abril. Coincidências a parte, no mesmo dia da semana e mês que a gente se conheceu e até hoje me pergunto se isso foi de propósito ou não. Dois sorrisos amarelados que tentavam não mostrar o que se passava por dentro e dois olhos que gravavam atentamente cada detalhe do rosto que veria pela última vez. Até hoje.

Fiquei feliz em te encontrar. Você também, eu acho. Você já tem uma filha e ela é linda com aqueles cabelos cacheados. Incrível, ela tem o mesmo sorriso que você. Também tenho um filho. Ele tem os olhos iguais aos meus. Parece estranho, mais imaginei uma criança com seu cabelo, seu sorriso e com meus olhos. Uma mistura de nós dois. Você está casada e eu também, mas fiquei imaginando como seria se estivéssemos juntos. Você era muito nova e inconsequente apesar de ter quase tudo o que eu queria em alguém. Eu não queria nada sério com ninguém e muito menos contigo que parecia que iria virar minha vida de cabeça pra baixo a qualquer momento. Tudo já era muito louco para mais confusão. Agora, aqui estamos nós. Maduros, responsáveis, casados e com filhos. Tudo mudou, nega. Mas, juro que te ver andando pelo corredores do shopping que frequentávamos balançou todo o meu mundo. Pensei por alguns segundos se devia fingir que não te vi e ir logo embora dali ou ir atrás de você e ouvir sua voz depois de tanto tempo. Sem pensar muito, escolhi a segunda opção.

Almoçamos juntos e conversamos como nos velhos tempos. Tentamos resumir anos em apenas alguns minutos de conversa. Você falou sobre o seu marido, eu sobre a minha esposa. Falamos sobre quase tudo: trabalho, viagens, dinheiro, futuro, crianças, menos de nós dois. Eu evitava olhar o relógio para não ver o tempo passar. Encontrar-te assim de repente, foi uma coisa inesperada. Não tão inesperado quanto eu ter a ousadia de te convidar para continuar conversando comigo. O que eu menos esperava era que você fosse aceitar, mas eu tinha esquecido que você sempre foi meio louca. Acho que isso ainda não mudou. Desmarquei meus compromissos e você deixou o trabalho pra lá. Alugamos duas bicicletas, e como naquele inesquecível fim de semana fomos em direção ao lugar perfeito para conversar: Arpoador. Ao chegar lá, me bateu um desespero. Algo me dizia que eu não sairia igual daquele encontro. Esse algo estava certo.

Conversamos sobre as coisas mais aleatórias e espontâneas. O assunto fluía como se fôssemos melhores amigos e nem parecia que fazia tanto tempo que a gente nem sequer sabia se o outro estava vivo ou não. Encontrar você fez eu me sentir quase como um adolescente novamente. Entre tantas histórias, eu disse que tinha orgulho de você. Você me pediu um abraço. Aquele foi o abraço mais agoniante da minha vida. Cabeça a mil, coração quase saindo pela boca e braços tão apertados a sua volta. Eu não queria te deixar sair. Na verdade, eu nunca quis. Mas, o que tem que acontecer acaba acontecendo de qualquer maneira. O tempo passou, a distância separou, os compromissos afastaram. O sentimento não acabou. Parecia que tudo aquilo tinha voltado quando resolvemos nos tocar.

O silêncio se instaurou por algum tempo. Eu evitei olhar pra você. Olhei pro mar, pro céu. Olhei pra dentro de mim. Quando consegui te encarar, você estava fitando as nuvens com uma lágrima equilibrada pronta pra cair. Eu te abracei novamente e você disse que não sabia como um sentimento que pensava ter acabado estava apenas adormecido esse tempo todo. Eu não pensava em mais nada, só em você. Acredito que você também não pensava em nada além de mim naquele momento. As pessoas erram. Naquele dia nós erramos juntos. Depois daquele beijo, só o os astros do céu eram testemunhas do que aconteceu.

O sol estava quase indo embora. Eu te pedi pra ficar, você disse que tinha alguém te esperando. Eu também tinha alguém que nem podia imaginar o que havia acontecido. Nós sabíamos bem que aquela tarde seria só mais uma loucura que faríamos na vida. Não poderíamos largar toda uma vida construída pelo talvez de um amor do passado. Eu te disse a frase que você me mandou naquela carta “tudo o que é bom dura o tempo necessário para ser inesquecível”. Eu nunca te esqueci. Você nunca me esqueceu. Nós nunca nos esquecemos. Mas, devíamos não lembrar. Por não te ver, pensei não sentir. O que os olhos não veem, o coração não sente.

Mais uma vez, tivemos que nos separar. Ô minha nega, o destino sempre nos une e nos separa tão rápido quanto nos junta. É melhor desse jeito, deixar pra lá o que pode ser e encarar o que é necessário ser. Melhor cada um ir pro seu canto porque se a gente continuar eu até penso em largar tudo pra ficar com você. Ir pra um lugar qualquer onde só tenha nós dois, uma cama e muita aventura pra viver. Mas, se quando novo eu tive coragem de ir, mais velho tenho coragem em dobro. Você, por incrível que pareça, também pensou nas consequências de atitudes precipitadas. Não se tratava só de nós dois, mas de outras tantas pessoas que não mereciam sofrer por nossa causa. Mais uma vez, tenho que ir e você sem saber como ficar. Mais um adeus forçado. Eu te disse que não iria desistir de você. Só que às vezes desistir é a melhor opção. Eu nunca te esqueci. Só que às vezes um sentimento não é suficiente pra juntar duas pessoas que se amam, mas que não devem ficar juntas. É melhor parar por aqui e evitar mais problemas além de uma lembrança que vai voltar a atormentar até adormecer novamente. Nós sabemos bem que a vida não é tão fácil assim. Quem sabe nossos filhos possam se conhecer. Eu estou indo, mas já com saudade de você. Quem sabe um dia a vida nos surpreenda e nos deixe viver esse amor que nunca pôde ser vivido. Enquanto isso eu fico lá, você aqui. Eu nunca te disse, mas não é tarde pra falar. Eu não te esqueci e pra sempre vou lembrar daquele tempo e de nós. Nem do que aconteceu embaixo dos lençóis quando ficávamos a sós. Eu te amo minha nega.


O sol se pôs. Junto com ele meu amor se foi. A lua vêm. Junto com ela, as lembranças também. Assim a vida vai, nesse imenso leva e traz. Ela trouxe e levou o meu amor. E a dor. Tive que deixar ela partir, mas eu também tenho que ir. 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Espero te ver outra vez

Aquilo não foi nada. Mas, aqueles seus olhos claros me olhando ao se despedir me mostraram que poderia ser alguma coisa. O jeito que você me conduziu à saída daquele lugar fazia parecer que aquele final poderia ser um início. Talvez eu nunca mais te veja. Talvez a gente resolva se encontrar. Só sei que vivo me envolvendo em histórias que não sei aonde vai dar.

Pode ser que eu me decepcione mais uma vez, como foi com todos os outros antes de você. Nem sempre é minha culpa. Eu sempre deixo as pessoas entrarem e depois elas vão embora. Ou elas ficam, mas acabando com todo o sentimento que possuo por elas. Aí você apareceu. E eu já to aqui imaginando o final sem ao menos ter começado algo. Eu já to aqui me imaginando com você sem ao menos saber se vou te ver outra vez.

Eu gostei de você. Espero que seja você. À noite, quando tento dormir me vem à cabeça a breve lembrança que tenho de você. Espero te ver outra vez. Sou louca? Eu tenho certeza. Eu sou louca pra que alguém na fique de vez na minha vida ao invés de só passar um tempo. Eu sou louca pra que alguma história não tenha final feliz, mas que continue até o final. Espero que seja você.

Espero te ver outra vez. Nem que seja só mais uma. Mas, se você quiser pode ser duas, três, dez ou cem. E se aquela noite fosse só o começo de um grande amor? Você, lindo e perfeito, se apaixona a primeira vista por uma menina simpática e desengonçada. A imaginação é fértil. Vejo histórias de amor em tudo, por que não veria em você? Você está sendo mais um personagem de um texto. Espero que seja personagem da vida real.

Tá. Eu nunca mais devo te ver. O que a gente teve não foi e nem será nada além de uma breve e interessante história de uma noite. Talvez você seja mais um daqueles caras que tinham tudo pra ser, mas não foram  nada. Talvez. Se não for, paciência. Pelo menos, eu já tenho esse texto pra deixar registrado mais um amor de balada. E em balada nasce amor?

Eu só penso em amor. Em tudo vejo história, sentimento, texto, foto, namoro e lembrança. Eu crio expectativas tão rápido quanto respiro. Mas, só queria ver aquele seu sorrisinho disfarçado de novo. Espero te ver outra vez e você? Aquelas palavras foram verdade ou da boca pra fora? Vou mesmo te ver ou é ilusão? Me fala, aquela despedida foi um adeus ou um até logo? Espero que seja você. Porque eu quero deixar rolar. Ou já deixei?

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Eu quero viver um amor

Eu quero viver um amor. Um amor que me traga tanta felicidade a ponto de me fazer esquecer as desilusões diárias. Um amor daqueles que é melhor viver do que sonhar, pois a realidade já é quase um sonho. Um amor que me faça dormir tranquila, pois saberei que amanhã vou ter a quem amar. Que me faça ter vontade de sorrir a todos que vejo. Que me dê vontade de espalhar amor por ai. Eu quero viver um amor daqueles de filme. Aquele amor que nasce quando você menos espera e que comove até quem não gosta de romance.
Eu quero um amor que me dê as mãos pra encarar o mundo. Um amor que tenha um abraço apertado e reconfortante. Quero um beijo que me faça perder a noção do tempo. Quero noites longas e intensas. Quero um amor pra implicar e cuidar. Alguém pra brincar no sofá, pra afogar na piscina, pra fazer cócegas. Quero rir sem motivo e ter um ombro pra chorar. Quero dizer “eu te amo” e “eu te odeio”. Quero um melhor amigo, namorado, amante. Eu quero um amor.
Quero um amor para dormir de conchinha, apertado na cama de solteiro. Quero um amor para assistir filme com coberta no sofá. Quero um amor que goste de ler e ouvir música boa. Quero um amor que me mostre o que não conheço, que me ensine o que não sei. Quero um amor que não se canse de ficar comigo. Quero um amor pra todos os dias. Quero um amor pra vida toda. Quero um amor pra casar.
Eu quero que não falte assunto, que não falte história. Quero um amor sem desculpas, sem receios e sem arrependimentos. Quero me jogar de cabeça e não me machucar. Quero um amor que me faça esquecer de todas as decepções. Quero um amor para confiar. Eu quero alguém que me ame reciprocamente.
Eu quero um amor que estude comigo. Um amor que tenha objetivos parecidos e muitos sonhos para conquistar. Um amor que goste de olhar o céu, que goste de admirar da natureza. Um amor que entenda minhas loucuras e que seja um pouco louco também. Eu quero um amor que me acrescente, porque completa eu já sou.
Eu quero viver um amor. Seja ele quem for. Seja lá quando for.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Sobre escrever, mudanças, futuro, amor e outras coisas

Há quase 3 anos atrás, eu me apaixonei. Por não saber o que fazer com todo aquele sentimento entalado, resolvi escrever. Escrever pra botar pra fora, desabafar, tentar entender tudo aquilo que estava acontecendo dentro de mim. Há quase 3 anos atrás, eu comecei a gostar de escrever. A amar as palavras. A só conseguir me entender após organizar as minhas ideias e pensamentos. Há 3 anos atrás, eu queria fazer direito ou letras. Hoje, estou no segundo período da faculdade de comunicação social.

Eu nunca escrevi pra alguém me ler, pra criar um blog, ficar famosa e ter dinheiro com isso. Eu sempre escrevi pra aliviar um pouco o peso de tanto sentimento dentro de mim, seja ele qual for. Eu escrevo pra tentar deixar registrado um pouco do que penso e o que sou. No momento. Pois conforme o tempo vai passando, eu vou mudando de opinião, os sentimentos vão mudando e eu vou salvando tudo nesses textos que escrevo. Eu leio os meus textos do início e penso “ como eu já sou diferente do que sou agora” ou “eu já não sinto mais isso” ou “se eu soubesse como as coisas estariam agora, tudo seria diferente”.

Geralmente, eu nunca termino um texto escrevendo o que eu havia pensado no começo. Porque quando eu escrevo os pensamentos aceleram, o coração bate mais forte, as palavras saem rápido demais para que eu possa frear. Mas, nem sempre é assim. Às vezes, quando escrevo algo que não é tão legal assim, as palavras pesam toneladas e são como um tapa na cara, um “acorda pra vida”. Às vezes também, acabo me descobrindo escrevendo e aquelas palavras são como asas, e me sinto voando ao simplesmente escrever.

Escrevi acima os três parágrafos mais fáceis da minha vida. É muito mais fácil escrever algo metalinguístico do que revelar você a você mesmo. E nesses mesmos três parágrafos eu já pensei outras milhões de coisas pra colocar aqui, que talvez não serão escritas antes do último ponto final. Quando comecei eu não iria escrever sobre como é escrever e desnudar a alma. Eu iria escrever sobre o futuro e a dúvida. Ou sobre como a sua vida pode mudar com algum acontecimento inesperado. Ou um pouquinho de cada coisa.

Enfim, eu estou tentando melhorar. Estou tentando escrever coisas menos informais e escrever sobre outras coisas sem ser paixão e amor. Quem sabe escrever sobre a minha rotina, ou sobre como a vida nos prega peças ou sobre escrever, como estou fazendo hoje. Só que eu sempre acabo falando sobre amor, porque é a coisa que mais gosto, a coisa que mais sinto. Porque eu escolhi amar, porque amar faz bem. Só que também quero escrever sobre como é estar bem consigo mesmo, de como é ter paz em meio a tanta confusão, como saber sonhar mesmo já sendo grande e de saber viver da maneira que acho certa. Quero escrever a minha visão sobre a vida, pois tudo o que eu escrevo admito, é só o meu jeito de ver. Meu jeito de ser. Meu jeito peculiar de sentir.

Eu escrevo pra não ficar louca. Porque minhas histórias parecem mais imaginação ou mentira. Mas, tudo acontece mesmo. Porque minha vida ora parece uma história de drama, de ação, com uma forte dose de comédia e romance. Esse ano tá parecendo novela das 9 e claro, sou a protagonista. Com direito a acontecimentos mirabolantes, situações inesperadas, mal entendidos, amores intensos e momentos marcantes. Esse ano foi um ano de mudança, de descoberta, de independência, de aventura e de início de uma nova fase. Eu realizei um sonho, dei orgulho aos meus pais, iniciei a faculdade, arranjei um estágio, terminei um namoro, tive um amor de verão, um amor de novela das 9, conheci dezenas de pessoas legais e venho conhecendo gente nova a cada dia que passa. Eu mudei meu quarto, minhas roupas, minhas amizades, meu jeito de pensar, e até um pouco meu jeito de ser. Está tudo mudando e até o final do ano, serei uma pessoa completamente diferente daquela menina confusa e indecisa de janeiro de 2013.

Porque eu sinto que esse ano foi o mais decisivo da minha vida até agora. Eu tomei uma estrada sem volta, sozinha. E carrego o peso do início da responsabilidade sobre as minhas costas agora. O peso do final da adolescência e o começo da fase adulta. A responsabilidade de ter que decidir sozinha, pois por mais conselhos que você peça, a vida é sua e só você sabe o que é estar no seu lugar. O maior peso pra mim, é saber que qualquer mísera decisão que você toma aqui na frente, pode mudar toda a sua vida. Por isso, qualquer escolha torna-se decisiva e importante. Porque a sua vida pode virar de cabeça pra baixo a qualquer momento, basta você estar vivo.

Amadurecer é pensar no futuro, vivendo o presente a partir das experiências do passado. É parar de enrolar pra tomar aquela decisão, pois a vida é curta pra perder tempo. É saber deixar pra lá os problemas de vez em quando. É ser inconformado com o mundo e não se deixar influenciar por coisas antinaturais. É entender que até as decepções e frustrações são necessárias, pois são elas que trazem as maiores lições. É saber colocar um ponto final no necessário e não ter medo de começar tudo de novo.

Às vezes, precisamos parar, olhar em volta e tentar entender tudo o que aconteceu. Pra ter paz e pra continuar caminhando. Como eu já escrevi em um outro texto, é ir deixando a bagagem desnecessária pelo meio do caminho. Porque tudo que me acontece é importante pra mim de alguma forma, mas nem sempre é pra continuar na minha vida.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Permita-se amar

Andei refletindo sobre o amor. Ele não é um sentimento que vem e fica. É algo que já nasce com você e vai acompanhá-lo pelo resto da vida. É algo inato, que vem de dentro, uma força que não se sabe de onde e nem porque. O amor pode ser visto em uma mãe que ao descobrir que está grávida, passa a amar aquela criança sem ao menos ter a visto. Aos pais que tudo fazem pra proporcionar o aprendizado de tudo a aquele ser que não sabe nada . Nos sorrisos sincero de um bebê, e em pouco tempo o bebê já passa a reconhecer aquelas pessoas que o amaram primeiro. Então ele os ama também. Sem ao menos aprender a falar ou andar, ele já ama. Isso não é lindo?
O amor é muito simples. Não é esse sentimento complicado e que só traz decepção como dizem por ai. E nem aquele sentimento que só se sente uma vez na vida como declaram aqueles que dizem que “só se ama uma vez”. Tudo uma enorme besteira. Isso porque as pessoas sempre relacionam o amor a ficantes, namorados e amores platônicos. Pensam que o amor se resume a beijos, carinhos e companhia em domingos entediantes. O amor é muito mais que isso. Mais que todas essas promessas não cumpridas que te decepcionaram, mais que os meses perdidos em um relacionamento falido ou nas folhas rabiscadas com o nome de vocês entre corações. Nós complicamos o amor. Por causa de decepções amorosas, o colocamos num patamar inalcançável que só aqueles que muito lutam ou que dão sorte são capazes de conseguir. Mas não é isso. O amor é tão simples que chega a ser difícil compreender tanta simplicidade.
Às vezes, por causa do orgulho ou para não parecer tão bobos, acabamos sufocando qualquer indício de amor. Nos dias de hoje, o desapego tornou-se regra e a arte de desapegar-se das pessoas tem sido considerada uma qualidade. Tudo está de cabeça pra baixo. Ser frio e não demonstrar o que sente não te faz resistente aos sentimentos. Não há como fugir de algo que vem de dentro de você.
Eu me preocupo com a maneira que as coisas têm andado. Eu me preocupo bastante  com um mundo em que ninguém confia em ninguém. Um mundo onde é motivo de orgulho não se deixar gostar das pessoas. Eu me recuso a fazer parte disso. Faço questão de me apegar, de gostar, de amar, de confiar e estou disposta a correr o risco de me magoar quantas vezes forem necessárias. Só não aceito me sujeitar a passar a vida inteira lutando contra minha natureza. Não aceito passar a vida anulando meus sentimentos e deixando de ser feliz simplesmente por medo de amar.  Não quero chegar a minha velhice e cantar "devia ter amado mais, ter chorado mais". Porque quando eu estiver lá, eu vou ter amado muito, o máximo que eu puder.
Porque amor é muita coisa. Amor é pai, mãe, tia, primo, família. Amor é amizade de berço, de igreja, de infância, da escola, do ensino médio, da faculdade, da rua ou de qualquer lugar. Amor é namorar, ficar, se apaixonar, admirar. Amor é sol, céu, lua, e viajar. Amor é fazer o que faz seu coração palpitar. Amor é sentir e deixar se apegar.
Liberte-se dessa pressão. Desapegue-se do desapego. Ame e permita-se amar.