quarta-feira, 17 de abril de 2013

Ela perdeu o medo





Ela perdeu o medo. Ela tinha medo de amar, medo de as pessoas não gostarem dela. Ela também tinha medo de confiar demais e se decepcionar. Ela tinha medo de seguir em frente, tinha medo de perder pessoas, tinha medo até de escuro. Mas olha só, ela perdeu o medo.
Ela perdeu o medo como se perde as outras coisas, assim do nada.  Todo mundo é pego de surpresa ao perder algo, seja perder alguém, um objeto ou no caso dela, um sentimento. Ela perdeu o medo e ficou confusa. Ela ficaria com medo, mas ela já o tinha perdido. Daí, ela percebeu que estava confiante e corajosa. Em outras palavras, sem medo.
Temos que perder o medo. Temos que arriscar um novo passo e ir adiante. Temos que conhecer outras coisas. Temos que descobrir outros medos. Temos que sentir novos sentimentos. Temos que aprender. Pra deixar de ter medo. Quando você perde o medo, você ganha outra coisa em troca: a coragem.
Assim como o medo vem, ele também vai. O medo é um sentimento e sentimentos passam. Sentir passa. Não sentir também. Só uma coisa fica: o que se aprende com o que passa pela gente.

Expectativas



Criar expectativa é ruim. Vivo me regulando, não deixando as expectativas tomarem conta dos meus pensamentos porque esperando demais a gente só se decepciona. Mas, é quase impossível não esperar ou imaginar algo que você quer demais. Se alguém consegue, por favor me ensina. Quando eu escrevo, quero escrever um texto bom. Se minha mãe faz a comida, eu espero que a comida esteja boa. A gente nem percebe mas a gente espera sempre o tempo todo. Espera da festa que vai, espera da roupa que compra. Se até de coisas tão comuns a gente espera, como não esperar quando estamos falando de sentimentos? Como a gente vai estar com uma pessoa sem esperar nada? Eu que tanto falava que não iria criar expectativas, admito que é impossível. Se você gosta, você vai esperar da pessoa, sim. O amor não reconhece regras, então não importa o quando você se esforçe para não criar expectativas, se você ama, você vai criar. O amor engole parte da razão.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Ainda é segunda feira



Ainda é segunda feira, mas eu já estou esperando o final de semana pra poder te ver. Já estou esperando o momento que eu vou poder correr pros seus braços e te dar um abraço forte, de saudade. Mesmo não estando todos os dias do seu lado, você sempre tá aqui, pra me dar a mão, pra dizer que vai ficar tudo bem. Há um ano eu não imaginava que nós estaríamos desse jeito. Que minha família ia te amar e que sua casa iria ser a minha segunda casa. Que eu iria passar os finais de semana vendo filme e comendo pipoca no seu sofá e depois passar horas conversando na sua cama. Quem diria que um dia você seria meu namorado. Como eu iria acreditar que um dia nós estaríamos assim?
Nossa história não foi sempre assim, feliz e bonita. O que aconteceu antes, eu não tenho coragem de contar pra todo mundo. Mas nessa altura do campeonato, não há como me arrepender nem querer voltar atrás. Foram tempos difíceis. Aquele tipo de romance escondido, complicado, perigoso e proibido. É justamente nessas situações que o amor mais gosta de aparecer.
Eu fui contra tudo o que eu dizia, vivia, acreditava. Não era pra eu voltar pra você, não era pra eu te ligar, não era pra eu ficar. Eu fiz tudo errado. No amor, não tem lá tanto isso de certo ou errado. O errado acabou dando certo.
Todo mundo sabia do que acontecia entre a gente, que você queria ficar comigo e que eu gostava de você. Só faltava uma única atitude sua pra aquela situação mudar totalmente. Enquanto você não tomou essa decisão, esse nosso amor era como um fardo que eu insistia em carregar. Aquelas promessas que pareciam que nunca iriam se cumprir, aquela sensação que parecia que eu nunca sentiria, aquela atitude que parecia que nunca seria tomada, tudo isso me afetava demais. Até o dia que você decidiu largar aquele relacionamento rotineiro, falido e desgastado. Até o dia que você resolveu largar tudo pra ficar comigo.
Finalmente, eu me tornei a sua namorada. Agora, nós tínhamos a permissão para se amar. Eu não precisava mais me sentir mal por querer ficar com você ou lutar pelo que eu sentia. Não tinha porque você não ter o meu número na agenda do celular nem evitar andar juntos em alguns lugares. Não precisávamos mais esconder de ninguém essa nossa paixão. Aquele amor escondido agora é declarado. Declarado dia e noite. Agora, é meu todo seu amor, seus abraços e beijos. Você agora é todo meu, sem precisar dividir com ninguém.
Eu te amo. Te amo apesar de tudo isso que aconteceu, de tudo isso que tivemos que passar. Amo, mesmo depois de querer e tentar te esquecer por tantas vezes.Hoje eu acredito: o que é pra acontecer, realmente acontece. Era pra gente estar aqui, agora. Era pra eu acreditar, continuar, esperar. A vida sempre dá um jeito de acabar o que é pra acabar e de juntar o que é pra tá junto.
Ainda é segunda feira, mas eu sei que no final de semana você vai estar lá. Eu sei que você vai estar esperando o meu abraço, eu sei que vou poder te dar a mão. Os problemas parecem bobeira, as horas parecem minutos, a vida se torna mais colorida. Tudo parece mais fácil e mais bonito. No final, o que importa é que apesar de tudo, quando você me olha eu vejo tudo valer a pena.

domingo, 14 de abril de 2013

Ter que escolher



São tantas as opções. Posso ser de tantas maneiras e posso ter tantas pessoas. Porém, quanto mais opções tenho, mais indecisa fico. Mais demoro a tomar decisões. É fácil decidir quando se tem apenas uma ou até duas opções. Difícil é decidir algo tendo tantas possibilidades. E que você pode estar escolhendo a possibilidade errada. E não vai ter como voltar ou apagar. Aquela possibilidade pode melhorar ou estragar sua vida.
Acho que é por isso que existem tantas pessoas confusas no mundo. Com tantas opções, fica até difícil escolher qual o sabor de pizza você vai pedir pra dividir com os amigos a noite. Imagine então como é difícil escolher uma profissão para exercer a vida toda? Vida toda. Assusta ter que decidir sem saber no que vai dar. Mesmo assim você tem que escolher. 

Escrito em 22/09/2011

terça-feira, 9 de abril de 2013

Eu queria te contar



Olá mãe, 

É estranho eu te escrever essa carta. É mais estranho ainda eu precisar escrever para conseguir conversar sobre esse assunto com você. Tudo isso é muito estranho. A nossa relação é estranha. Mas mesmo sendo tudo tão estranho, eu gosto de você assim, estranhamente. Você acredita? Acredita nisso mesmo depois de tantas brigas e de tantos desencontros?
Eu sempre quis que você fosse diferente, mãe. Eu sempre quis poder conversar abertamente com você. Eu sofria toda vez que eu tinha que mentir ou omitir algo de você. Eu queria te contar, mãe. Você acredita? Eu tive que procurar outras pessoas para responder minhas dúvidas e me dar aquele colo de mãe que você não me deu. Eu sempre quis saber como era poder se sentir seguro no abraço de uma mãe. Esperei anos por uma iniciativa sua e adivinha? Nada. Você não fez nada. Você estava ao meu lado todo dia mãe, mas ao mesmo tempo tão distante.
Você teve uma grande participação em tudo isso que aconteceu, mãe. Não que eu queira por a culpa que é minha em alguém, mas alguns erros meus foram reflexos dos seus. Faltou conversa, amizade, cumplicidade. Eu ainda lembro o quanto eu queria que você fosse melhor. O quanto eu queria que você fosse como a mãe das minhas amigas. Quando a gente é novo, é difícil aceitar que mãe e pai também é ser humano como a gente, que erra o tempo inteiro. Foi tudo tão complicado. Você não estava lá pra me ensinar. Eu aprendi a aprender tudo sozinha e da minha maneira.
Eu me decepcionei com tudo mãe. Contigo, comigo, com os outros, com o mundo. Eu tive que aprender sozinha e da pior maneira, quebrando a cara por ai. Eu tive que aprender a me olhar no espelho e me orgulhar do que eu sou mesmo querendo mudar tudo. Eu tive que aprender a parar de chorar porque não dá pra consertar o que já aconteceu. Eu fiquei revoltada mãe. Eu ainda sou revoltada. Talvez nunca deixe de ser. Mas eu já aprendi a lidar com isso, como aprendi com tantas outras coisas antes. Você errou, eu errei e espero que esse ciclo vicioso termine por aqui.
E é aqui nessa carta que eu termino com isso. Tá tudo esquecido, desculpado. Eu não me perdoava pelos meus erros, pelo jeito que eu agi, pelas feridas que me causei. Eu não me perdoava por não ter sabido viver direito.  Eu me perdoei, agora te perdoo. Eu to esquecendo de tudo isso. Quero viver sem essa culpa, sem essa mágoa. Quero seguir em frente, livre. Eu sou durona, eu digo que não, mas se você se esforçar pela primeira vez, eu juro que ainda dá tempo para mudar um pouco a situação. Por favor mãe, não deixe mais tempo passar. Eu tenho medo de um dia ser tarde demais.
Isso que eu escrevi mãe, é sobre aquele assunto que nenhuma de nós quis falar ou admitir: que mesmo sendo mãe e filha, nunca fomos amigas. Ainda dá tempo de ser? Eu quero dar uma chance pra nós. Eu vou tentar ser melhor, espero que você tente também. Quem sabe uma hora, a gente consiga se entender. Pra você ser minha amiga e mãe.