domingo, 22 de dezembro de 2013

15 dias pros 20 anos


Passamos nove meses (às vezes menos) na barriga da nossa mãe e não temos a mínima ideia de tudo o que nos espera aqui fora. Mal sabemos que vamos conhecer pessoas maravilhosas que irão nos ajudar a dar aos primeiros passos, a sobreviver e conhecer esse mundo que não entendemos. Mais um pouco crescidos, passamos a querer descobrir isso tudo com um pouco mais de liberdade até conseguir realmente desbravá-lo realmente por conta própria.

Cresci sem internet e sem celular.  De companhia só tinha os livros, revistas e as várias barbies e suas mobílias espalhadas pelo chão. Fico feliz por ter conseguido pegar a época de brincar de elástico, pular corda e amarelinha,  rolar no chão, brincar de guerrinha de mamona e voltar para casa com o cabelo cheio delas. Peguei a época de brincar de pique pega e todas as suas variações, inclusive o pique esconde – o mais querido de todos. Além de esperar a noite para contar histórias de terror e ficar morrendo de medo na hora de dormir.

Eu cresci. Ganhei computador, ganhei celular, chegaram mais livros e revistas. As barbies e suas mobílias foram trocadas por redes sociais. Elástico, só o de prender cabelo. Corda, só a de estender a roupa. Desenhar ficou para trás e amarelinha só a cor das roupas e atualmente da parede do meu quarto. Agora, ao invés de rolar no chão brincando, eu rolo por causa das cólicas menstruais. E ao invés de tacar mamonas no cabelo, eu taco é bastante creme para domar a juba. O pique continua, mas com outro significado. Pegar, só resfriado e esconder é o que a minha faz quando arruma alguma coisa minha. Sobre as histórias de terror, não preciso mais delas. Já tem tanta coisa ruim no mundo que nem é necessário inventar.

Cresci. Passei a achar a natureza bonita, ao contrário do que eu achava quando era pequena – tudo mato. Os apelidos, complexos e traumas deixei para trás. Não ligo que sou magra, magrela, esquelética, anoréxica, e todas as outras coisas. Não sou mais dentuça e nem pareço o coelho da páscoa ( depois de milhões de anos de aparelho) , acho meu sorriso lindo. Convivi com pessoas de diversas classes sociais, diversas religiões, diversos pensamentos e diversos modos de vida. Escolhi o meu. To tentando aprender a discutir política, talvez saiba um pouco de filosofia e da vida to sempre aprendendo um pouco mais.

Amei. Meus pais, meus amigos, conhecidos, namorados, amores inventados. Livros, palavras, dias, lugares, músicas e lembranças. Amei pouco, muito, rápido, para sempre. Amei sem querer, sem saber, sem porquê. Amei amar e amo o amor porque ele é simplesmente indescritível.

Fiz um monte de amigos. Errei tanto. Dei valor a quem não merecia e não valorizei quem deveria valorizar. Desperdicei oportunidades, dias, momentos e pessoas. Nunca tive coragem para cortar muito o cabelo. Passei a amar comprar roupas. To tentando diminuir as manias estranhas que tenho.

Passei a não dar ouvido para quem acha que inteligente é quem cursa exatas ou quem fala difícil e escreve qualquer coisa como se tivesse escrevendo um artigo científico. Não fiz direito por causa do dinheiro e fui para comunicação por causa da vontade. O mais importante de tudo isso é que mudei minha maneira de pensar e de ver a vida.

Tenho só 19 anos, em exatamente quinze dias terei 20. Já aprendi tanta coisa e olha só, não para de surgir coisas novas para aprender. A vida parece passar cada vez mais rápido e chegar as 20 me assusta um pouco – na verdade muito. Daqui a 15 dias vou ter vivido 7300 dias. Vou ter tido 7300 oportunidades para ser feliz. 7300 dias para fazer alguém feliz. 7300 histórias para contar.

Um ano é muita coisa para quem reprova um ano. Um mês é muita coisa para quem está esperando. Uma semana é muita coisa para quem quer uma folga. Um dia é muita coisa para quem sente fome. Uma hora é muita coisa para quem tá sentindo dor. Em um minuto você pode conhecer alguém que vai permanecer na sua vida para sempre. Em um segundo a sua vida pode mudar completamente.

Todo ano eu tenho 12 meses, 52 semanas, 365 dias, 8760 horas, 525600 minutos e 31536000 segundos para escrever minha vida do jeito que eu quiser.

Todos os dias tenho 24 horas para escrever minha história. Quando lembro que a vida passa e que nada volta mesmo eu querendo com todas as forças, tenho fazer mais um dia inesquecível. Porque entre tantos dias felizes e outros nem tanto assim, o tempo vai passando e a gente nem percebe.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O que aprendi com meus relacionamentos

Aprendi que é mentira quando dizem que "só se ama uma vez", a diferença é que você ama cada pessoa de maneira diferente.
Aprendi que cada relacionamento é único e vai ser sempre diferente dos outros que você já teve.
Aprendi que o importante é se entregar, sem pensar no amanhã. Ele chega de qualquer forma, você esperando ou não.
Aprendi que orgulho não leva a nada.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

2013


2013 foi o ano mais especial e tive tanta coisa para viver. Um flashback passa na minha mente de todos os grandes momentos vividos. Toda a agitação, animação, alegria. Felicidade. Uma infinidade de sentimentos misturados. Um sorriso de canto de boca constante. Olhar pro nada, pensar em tudo. Realização. Sonhos, objetivos e conquistas. Tanta coisa em tão pouco tempo. Tantas memórias e lembranças.

Eu aprendi o que é felicidade. Não importa como ou quem você é, ela está dentro de você. Você pode senti-la do jeito que quiser ou até vê-la de uma forma diferente da minha.  Eu a encontrei de tantas maneiras, em tantos lugares, em horas tão inusitadas, sozinha ou acompanhada. O que importa é que aprendi a ser feliz – e isso se aprende?

Esse ano fiquei mais crítica e passei a questionar tudo a minha volta. Cansei de me calar e só observar tudo o que acontece. Resolvi tomar atitudes e assumir os riscos. O melhor: não me arrependi de nada do que fiz. E se eu pudesse faria tudo de novo.

Eu não sei como vai ser daqui pra frente. Mas, se for parecido com esse ano que tá acabando vou ficar muito satisfeita. Tem gente que diz que a nossa vida é a gente que faz. Se for assim mesmo, vou fazer de tudo para fazer uma vida como ela foi para mim esse ano: cheia de conquistas, amor, pessoas e alegria.

Aprendi que quando você termina uma etapa, logo outra nova começa com outras tantas novas surpresas e novidades. Há sempre algo para aprender, alguém para conhecer, um novo objetivo para conquistar, um novo sonho para sonhar, um novo amor para amar.


E por último, mas não menos importante. O principal que aprendi esse ano é que que não importa o que pensam e o que falem, o que importa mesmo é o que você sente, quem você é e do que é capaz. De verdade. Nunca é tarde para sonhar, e é claro, realizar. 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Não é saudade de você

Não é saudade de você.
É saudade da sua falta de roupa, de arranhar suas costas e dos seus sussurros no meu ouvido.
Não é saudade de você.
É saudade do seu corpo, do seu sorriso e de tudo o que fazíamos quando estávamos juntos.
Não é saudade de você.
É saudade do jeito que você me arrepiava tão facilmente, da sua barba por fazer, do seu peito tão aconchegante.
Não é saudade de você, é saudade do que já passou e não volta mais.
Não é saudade de você, é saudade daquele sentimento de quase amor que me preenchia por inteiro.
Não é saudade de você, são apenas lembranças.
Eu juro, não é saudade de você.
É saudade de te ver passar, de te escutar, de te beijar. É saudade da sua chatice, das mesmas histórias de sempre, das conversas sinceras, daquele gostar tão inocente. É saudade de te ver sorrindo por ai, sorrindo para mim.
Não, já disse que não é saudade de você. Se fosse isso eu iria admitir sem nenhuma dificuldade. Não é saudade de você, pois sei que já não é mais aquele cara que me encantou, mesmo que não tenha mudado tanto desde então. Sinto saudade daqueles momentos vividos em tão pouco tempo.
Só é saudade de sentir aquilo que você me fez sentir e que ninguém mais conseguiu fazer desde então. Ninguém provocou sentimento, não teve um beijo melhor, outras costas arranhadas ou frases ditas no ouvido.
Sinto falta até da nossa amizade e de toda aquela vontade que me leva novamente a toda aquela saudade.
Não é saudade de você.
É saudade dos seus olhos castanho-claros, dos seus lábios que se encaixaram tão bem nos meus.
É saudade de quem você foi e não é mais.
É saudade do que mudou, passou e não volta mais.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Faço o que?




Meu bem,

Eu venho tentando evitar pensar em nós. Mas é quase impossível não lembrar daquele final de semana em que passamos tanto tempo juntos que nem deu tempo de sentir saudade. Impossível não lembrar de como eu fiquei dolorida após andar de bicicleta já que eu não andava em uma desde da minha infância e de como você olhava  preocupado para trás para ver se eu ainda estava viva ou se havia matado alguém. Tentando evitar lembrar, acabei lembrando de nós dois na praia e de como eu morri de vergonha de ficar de biquíni na sua frente. Eu me lembrei também de que um pouco mais tarde já não havia mais vergonha alguma em deixar você ver aquilo que deveria ser visto. E deixar sentir aquilo que deveria ser sentido. Foram 20 dias. Mais alguns meses de enrolação. E outros vários meses de lembranças e olha só, daqui a pouco já faz quase um ano.

Eu não te quero de volta. Eu já nem sei se ainda quero te ver. É. Tudo bem. Você já seguiu sua vida, já beijou outras bocas, já deve ter sentido outros corpos, talvez até já arranjado uma pessoa melhor e mais interessante. E eu? Estou aqui lembrando de você em cada esquina, em cada olhar. Comparando você a qualquer pessoa que encontro e olha só, ninguém é igual ou parecido e muito menos, melhor.

Mas, tá. Um dia eu paro de lembrar de você por qualquer motivo. Quem sabe eu pare de lembrar de você ao ver coisas simples e banais como minhas roupas jogadas no chão. Ao passar naquele bar que você sempre estava. Ao ouvir aquela música que você adora, e eu também. Ao voltar de qualquer festa e não dormir na sua casa. Ao dormir e não ter você para abraçar. Ou te ver e não poder fazer mais nada, além de acenar.

Faço o que, se eu não paro de lembrar?