terça-feira, 14 de maio de 2013

Quase o fim

Ela estava em silêncio, mas ouvia o tempo todo fortes barulhos lá fora. Era dia de sol mas já estava acabando. Os dias passavam tão rápido, trazendo preocupação e a preocupação se tornou companhia constante. As lágrimas acabaram e a mágoa encheu o lugar onde eram guardados tantos sentimentos.
Cama bagunçada, louça na pia, bolsas no chão. A casa estava igual a ela: uma bagunça. Mas ela não se importava. A bagunça que ela estava não ia melhorar. Não tinha a ver com seu corpo e sim com seu interior.
Não estava sozinha. Morava com sua família, seu quarto era dividido com seu irmão e isso a incomodava. Todos estavam passando por um tempo ruim. Ela adolescente, o pai doente, a mãe incompreendida não compreendia e o irmão indiferente. Ninguém a entendia, nem ela.
Ela era solitária, mesmo com tantas pessoas por perto. Ela não queria um conto de fadas, só queria se aventurar, se divertir. Várias pessoas apareceram para se divertir e se aventurar junto com ela. Eram engraçados e legais. E ela foi crescendo entre muitas pessoas e grandes loucuras. O coração guardado dentro da bolsa. Quando abriu os olhos e voltou a realidade, percebeu que estava errada.
Choro, porta trancada, olhos inchados, cara feia, chuveiro ligado e arrependimento. E voltamos ao ínicio do texto, que é o momento atual. Conseguiu superar os problemas antigos. Apareceram problemas novos.
Perdeu tudo. Até a felicidade. O que restou foi histórias pra contar. Escrevia sobre o que viveu. Continuava crescendo, e quando caía, olhava para trás e via que faltava pouco. Podia sentir o cheiro da vitória. Depois de tudo o que ultrapassou, desistir não era inteligente. Sabia que tinha mais, mesmo parecendo que era quase o fim.

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